DECLARAÇÃO DOUTRINÁRIA DE NEW HAMPSHIRE
CONFISSÃO DE FÉ
Das
Escrituras
Cremos que a Bíblia Sagrada foi escrita por homens divinamente
inspirados, e é um perfeito tesouro de instrução celestial; que tem Deus como
seu autor, salvação como seu fim, e verdade sem qualquer mistura de erro como
seu conteúdo; que ela revela os princípios pelos quais Deus nos julgará; e por
isso é, e continuará sendo até o fim do mundo, o verdadeiro centro da união
cristã, e o supremo padrão pelo qual toda conduta, credos, e opiniões humanas
devem ser julgados.
Do
Verdadeiro Deus
Cremos que há um, e somente um, Deus vivo e verdadeiro, um Espírito
infinito, inteligente, cujo nome é YAHVEH, o Criador e Supremo Governador do
céu e da terra, inexprimivelmente glorioso em santidade, e digno de toda honra,
confiança, e amor possíveis; que na unidade da divindade há três Pessoas, o
Pai, o Filho, e o Espírito Santo; iguais em toda a perfeição divina, e
executando distintos e harmoniosos ofícios na grande obra da redenção.
Da
Queda do Homem
Cremos que o homem foi criado em santidade, sob a lei de seu Criador; mas
por transgressão voluntária caiu daquele santo e feliz estado; em conseqüência
do que todos os homens são agora pecadores, não por constrangimento, mas por
escolha; sendo por natureza completamente destituídos daquela santidade
requerida pela Lei de Deus, inegavelmente inclinado para o mal, e por isso sob
justa condenação à ruína eterna, sem defesa ou desculpa.
Do
Caminho da Salvação
Cremos que a salvação de pecadores é totalmente de graça, através do
ofício mediador do Filho de Deus; que pelo decreto do Pai, livremente tomou
sobre si nossa natureza, mas sem pecado; honrou a Lei Divina pela sua
obediência pessoal; que tendo ressuscitado da morte, Ele está agora entronizado
no céu; e unindo em sua maravilhosa pessoa as mais ternas simpatias com divinas
perfeições, Ele é de todos os modos qualificado para ser um salvador adequado,
compassivo e todo-suficiente.
Da
Justificação
Cremos que a grande bênção evangélica que Cristo assegura a tantos
quantos crêem nele é a justificação; que a justificação inclui o perdão de
pecado, e a promessa de vida eterna sobre os princípios da justiça; que ela é
aplicada, não em consideração de quaisquer obras de justiça que nós temos
feito, mas exclusivamente através da fé no sangue do Redentor; em virtude do
que sua perfeita justiça é livremente imputada a nós por Deus mediante a fé;
que leva-nos para um estado da mais abençoada paz e favor com Deus, e nos
assegura as bênçãos necessárias para o tempo e a eternidade.
Da
Natureza Livre da Salvação
Cremos que as bênçãos da salvação são colocadas à disposição de todos
pelo evangelho; que é o dever imediato de todos aceitá-las por uma fé cordial,
penitente e obediente; e que nada impede a salvação do maior pecador na terra
exceto sua própria depravação inerente e rejeição voluntária do evangelho; que
a rejeição envolve-o em uma condenação agravada.
Da
Graça na Regeneração
Cremos que, a fim de serem salvos, os pecadores devem ser regenerados,
ou nascidos de novo; que a regeneração consiste em dar uma disposição santa à
mente; que ela é efetuada de uma maneira acima da nossa compreensão pelo poder
do Espírito Santo, em conexão com a verdade divina, de maneira a assegurar
nossa obediência voluntária ao evangelho; e que sua evidência apropriada
aparece nos santos frutos do arrependimento, fé e novidade de vida.
Do
Arrependimento e da Fé
Cremos que o arrependimento e a fé são deveres sagrados, e também graças
inseparáveis, operadas em nossas almas pelo Espírito regenerador de Deus; pelo
que sendo profundamente convencidos de nossa culpa, perigo e incapacidade, e do
caminho da salvação por Cristo, nós retornamos para Deus com contrição,
confissão e súplica por misericórdia não fingidas; ao mesmo tempo recebendo
genuinamente o Senhor Jesus Cristo como nosso profeta, sacerdote e Rei, e
confiando nele somente como único e todo-suficiente salvador.
Do
Propósito da Graça de Deus
Cremos que a eleição é eterno propósito de Deus, segundo o qual Ele
graciosamente regenera, santifica e salva pecadores; que sendo perfeitamente
consistente com a livre agência do homem, abrange todos os meios em conexão com
o fim; que é uma demonstração gloriosíssima da bondade soberana de Deus, sendo
infinitamente livre, sábia, santa, e imutável; que ela exclui completamente a
vanglória, e promove humildade, amor, oração, louvor, confiança em Deus, e
ativa imitação de sua livre misericórdia; que ela encoraja o uso dos meios no
mais alto grau; que ela pode ser percebida pelos seus efeitos em todo aquele
que verdadeiramente crê no evangelho; que é o alicerce da segurança cristã; e
que verificá-la com respeito a nós mesmos demanda e merece a máxima diligência.
Da
Santificação
Cremos que a santificação é o processo pelo qual, segundo a vontade de
Deus, nós somos feitos participantes de sua santidade; que ela é uma obra
progressiva; que é iniciada na regeneração; e que é efetivada nos corações dos
crentes pela presença e poder do Espírito Santo, o Selador e Consolador, no uso
contínuo dos meios decretados - especialmente a Palavra de Deus, o auto-exame,
a abnegação, a vigilância, e a oração.
Da
Perseverança dos Santos
Cremos que são crentes legítimos aqueles que resistem até o fim; que
seus perseverantes vínculos com Cristo é o grande marco que distingui-os dos
professos superficiais; que uma especial providência zela por seu bem-estar; e
eles são guardados pelo poder de Deus através da fé para a salvação.
Da
Harmonia da lei e do Evangelho
Cremos que a Lei de Deus é a regra eterna e imutável de seu governo
moral; que ela é santa, justa, e boa; e que a incapacidade que as Escrituras
atribuem aos homens caídos de cumprir seus preceitos provém inteiramente de seu
amor ao pecado; livrá-los disso, e restaurá-los através de um mediador à
obediência não fingida à santa Lei, é um grande fim do evangelho, e dos meios
de graça associados com o estabelecimento da Igreja visível.
De
uma Igreja Evangélica
Cremos que uma Igreja visível de Cristo é uma congregação de crentes
batizados, associados pelo pacto na fé e comunhão do evangelho; observando as
ordenanças de Cristo; governados por suas Leis, e exercitando os dons,
direitos, e privilégios investidos neles pela sua Palavra; que seus únicos
oficiais bíblicos são bispos, ou pastores, e diáconos, cujas qualificações,
reivindicações, e deveres são definidos nas epístolas a Timóteo e Tito.
Do
Batismo e da Ceia do Senhor
Cremos que o Batismo cristão é a imersão de um crente em água, em nome
do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; para anunciar, em um solene e belo
símbolo, nossa fé no Salvador crucificado, sepultado e ressurreto, com seu
efeito em nossa morte para o pecado e ressurreição para uma nova vida; que é
pré-requisito aos privilégios de uma relação eclesiástica; e à Ceia do Senhor,
na qual os membros da Igreja, pelo uso sagrado do pão e do vinho, devem
comemorar juntos a morte de Cristo por amor; precedido sempre por solene
auto-exame.
Do
Sábado Cristão
Cremos que o primeiro dia da semana é o dia do Senhor, ou o sábado
cristão; e deve ser mantido sagrado para propósitos religiosos, pela abstenção
de todo o labor secular e recreações pecaminosas; pela observância devota de
todos os meios de graça, tanto privado quanto público; e pela preparação para
aquele repouso que restará para o Povo de Deus.
Do
Governo Civil
Cremos que o governo civil é de nomeação divina para os interesses e boa
ordem da sociedade humana; e que devemos interceder pelos magistrados, conscienciosamente
honrá-los e obedecê-los; exceto apenas nas coisas opostas à vontade de nosso
Senhor Jesus Cristo, que é o único Senhor da consciência, e o príncipe dos Reis
da Terra.
Do
Justo e do Ímpio
Cremos que há uma diferença radical e essencial entre o justo e o ímpio;
que apenas tantos quantos por meio da fé são justificados em nome do Senhor
Jesus, e santificados pelo Espírito do nosso Deus, são verdadeiramente justos
em Sua avaliação; enquanto todos quantos continuam em impenitência e incredulidade
são, aos Seus olhos, ímpios, e sob a maldição; e esta distinção mantém-se entre
os homens tanto na morte como depois dela.
Do
Mundo Vindouro
Cremos que o fim do mundo está se aproximando; que no último dia Cristo
descerá do céu, e ressuscitará os mortos da sepultura para retribuição final;
que uma solene separação então tomará lugar; que o ímpio será condenado à
punição, e o justo ao júbilo infindáveis; e que este julgamento fixará para
sempre o estado final dos homens no céu ou no inferno, sobre os princípios da
justiça.